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Após a vexatória derrota para o Parma por 4 a 3, no meio de semana, a Atalanta entrou no campo do Estádio Atleti Azzurri d’Italia, em Bérgamo, com atitude completamente diferente. Os 2 a 0 impostos na Udinese poderiam ser muito mais, porém, o importante foi ver a mudança de postura dos jogadores, determinados em sair da crise.

A Atalanta vinha de três derrotas seguidas na Serie A e, nas cinco rodadas disputadas anteriormente, havia ganhado apenas do Torino, na segunda semana. O técnico Stefano Colantuono chegou a sexta gionata com a corda no pescoço. As últimas atuações desastrosas e os resultados negativos, fizeram a torcida e até mesmo o diretor geral, Pierpaolo Marino, demonstrarem suas insatisfações.

A partida também marcou o duelo dos dois treinadores que estão há mais tempo em seus cargos na primeira divisão. Francesco Guidolin e Stefano Colantuono estão há três anos nos atuais postos. Ao lado de Massimiliano Allegri, no Milan, são os três comandantes mais longínquos da Serie A.

O JOGO

O primeiro tempo foi bastante intenso, embora de poucas oportunidades de gol, até a metade do tempo. A Atalanta sempre teve o controle da partida e pareceu tranquila, como quem espera o momento certo para abrir o placar. Jogando como time grande, a bergamasca sentiu dificuldade no início, quando o técnico da Udinese, Francesco Guidolin, adiantou a marcação, forçando o erro da equipe mandante. No entanto, logo os neroazzurri souberam sair da situação, tendo sempre a bola no campo de ataque. Restou aos bianconeri a tática dos contra-ataques. Foram poucos, mas perigosos.

Sempre com velocidade e pelas pontas, a Atalanta continuou levando perigo ao goleiro Kelava, que teve de trabalhar bastante. Entretanto, nos acréscimos, Denis aproveitou bola desviada de Raimondi na área e, de cabeça, inaugurou o marcador. O gol foi muito importante para dar mais tranquilidade e confiança.

No início do segundo tempo, Stendardo se envolveu em um lance polêmico com Maicosuel. Depois de um leve puxão de camisa, o brasileiro se jogou na área e o árbitro Piero Giacomelli marcou pênalti. Di Natale já estava pronto para cobrar a penalidade quando o bandeirinha chamou Giacomelli para dizer que, antes do pênalti, Maicosuel estava impedido. Logo, o árbitro anulou a marcação anterior.

Durante segunda etapa, a Udinese não mostrou a força que se esperava para ameaçar. A Dea continuou com total domínio da peleja, até Denis, aos 63 minutos, ampliar depois de grande passe de Cigarini. A partir de então, Colantuono fechou um pouco mais a equipe, mas sem fazer alterações. O time de Udine tentou pressionar, mas Consigli esteve sempre atento na meta.

A ATALANTA

A mudança tática do 3-4-2-1, contra o Parma, para a volta do 4-4-1-1 deste domingo (29), foram poucas. Em resumo, um zagueiro de área a menos, mas com as laterais bem protegidas. As principais alterações feitas foram as dos jogadores de armação, que deram uma movimentação completamente diferente. 

Sem Yepes, suspenso, Lucchini foi titular no miolo de zaga. A troca de um defensor pesado e estático por um mais versátil, fez a Atalanta não ficar encurralada em sua área quando a Udinese atacou. Também permitiu uma recuperação mais veloz para os contra-ataques. Tanto o capitão Bellini, como Del Grosso, também cumpriram muito bem suas funções nas laterais, atacando e defendendo com eficiência.

No meio campo, a dupla de volantes formada por Cigarini e Carmona foi impecável, segurando as pontas nos momentos de emergência e dando saída de jogo com mais qualidade. O leão Raimondi, sempre com muita raça, fechou muito bem o lado direito, cobrindo Bellini em suas subidas ao ataque.

A escalação de Bonaventura e Moralez fez a diferença. A dupla criativa atuou como sempre devem jogar: com liberdade. Os dois se movimentaram pelos lados do campo, pelo meio e cercando a área, para confundirem a marcação adversária e alimentarem Denis, no comando de ataque. Até então, Bonaventura vinha sendo escalado como um atacante fixo na direita ou como um meia sem movimentação, o que, obviamente, fez o camisa 10 cair de produção. Na temporada passada, os melhores momentos de Jack foram justamente sendo um jogador livre para criar de qualquer lugar do campo. 

Já Maxi Moralez fez uma de suas melhores atuações com a camisa atalantina. Assim como Bonaventura, o argentino teve bastante liberdade e, com um parceiro na armação, se sentiu mais a vontade. Diferente de suas outras atuações, o pequeno Moralez continuou atuando em alto nível no segundo tempo. Uma das objeções de Colantuono quanto a Maxi era justamente essa. O jogador costuma “sumir” após 45 minutos. Só que dessa vez foi diferente.

Na frente, Denis ainda sente a falta de um companheiro de ataque. Isolado, o Tanque fica preso entre os marcadores adversários. O ex-centroavante da Udinese perdeu algumas chances que não se perde, mas guardou duas bolas típicas de atacante para garantir os três pontos da Atalanta. O argentino chegou à marca de três gols em duas partidas.


FICHA TÉCNICA

Estádio: Atleti Azzurri d'Italia, Bérgamo (Lombardia)
Árbitro: Piero Giacomelli
Gols: Denis 45'+1' e 63'

ESCALAÇÕES

ATALANTA (4-4-1-1): Consigli; Bellini, Stendardo, Lucchini (Canini 79'), Del Grosso; Raimondi, Cigarini, Carmona, Bonaventura; Moralez (Brienza 86'); Denis (Livaja 83'). Técnico: Colantuono

UDINESE (3-4-2-1): Kelava; Heurtaux, Danilo, Naldo; Basta (Nico Lopez 68'), Badu (Lazzari 55'), Allan, Gabriel Silva; Pereyra (Zielinski 81'), Maicosuel, Di Natale. Técnico: Guidolin

Cartões amarelos: Badu (U), Danilo (U), Denis (A), Lazzari (U), Gabriel Silva (U)
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A Atalanta recebeu a Fiorentina no domingo (22) e perdeu a terceira partida em quatro rodadas. Matias Fernandez e Giuseppe Rossi marcaram os gols que garantiram os três pontos e a vice-liderança, compartilhada com Inter e Juventus. Em Bérgamo, ficaram as reclamações contra o técnico Stefano Colantuono e um início de dar medo.

Colantuono repetiu o esquema 3-5-1-1 que utilizou contra o Napoli. No entanto, fez algumas alterações na formação titular, visando poupar alguns jogadores por causa da maratona de três jogos em uma semana. Del Grosso deu lugar a Brivio, na esquerda, enquanto Bonaventura saiu para a entrada de Moralez, na armação. 

Suspenso, Cigarini viu Migliaccio fazer sua estreia na cabeça de área em seu lugar e o jovem Baselli ganhou a titularidade após a boa atuação na semana passada. Porém, o erro de avaliação do treinador custou a derrota. Nesta sequência já dita, os neroazzurri enfrentam o Parma, no meio de semana, e a Udinese, no dia 29. Se tiver uma partida para se poupar jogadores, essa seria contra o Parma, e não contra adversários mais poderosos.

Por qual motivo o erro de avaliação de Colantuono custou o revés? Simples: sem ritmo de jogo, Brivio foi nulo, tanto na parte ofensiva como na defensiva. O gol que abriu a contagem foi todo construído em seu setor e sempre com muita liberdade.

Baselli sentiu a segunda partida como titular e, para piorar sua situação, foi colocado totalmente deslocado em campo. O jovem armador foi fixado no meio como volante e, obviamente, não rendeu o que se esperava. Na frente, Moralez começou muito bem se movimentado com liberdade, mas com Denis isolado na frente, não teve muitas opções. No segundo tempo, caiu de produção junto com a equipe inteira.

Talvez o melhor atalantino em campo, Migliaccio fez sua estreia contra seu ex-clube. O camisa 8 se movimentou bastante e se apresentou bem no ataque quando requisitado.

O JOGO

No primeiro tempo, o jogo foi bastante franco, apesar das poucas finalizações em gol. A Fiorentina teve grande predomínio de posse de bola, mas com bastante velocidade, a Dea equilibrou as ações e fez uma metade equilibrada, apesar do gol Fernandez.

Com a desvantagem no placar, Colantuono demorou a fazer alguma alteração e, quando fez, foi infeliz nas escolhas. A Atalanta já tinha em campo dois jogadores que poderiam fazer a função de armação (Moralez e Baselli) e o problema continuava sendo na definição das jogadas criadas. Entretanto, Colantuono colocou um terceiro jogador criativo em campo, Bonaventura no lugar de Brivio. O problema persistiu e, na segunda alteração, Migliaccio foi sacado para a entrada de outro volante, Brienza. Os gigliati não tinham nada com os erros adversários e, na falha de marcação de Stendardo, chegou ao segundo gol com Giuseppe Rossi.

Somente com 10 minutos para o término, quando a vaca já havia ido para o brejo fazia tempo, Colantuono promoveu a entrada de um segundo atacante, Livaja, que nada pôde fazer.

A Fiorentina é classificada como “time sonso”. Não é uma equipe que sufoca o adversário, dá até bastante espaço, especialmente depois de abrir o placar, mas quando vai ao ataque, costuma ser letal. Foi exatamente assim contra a Atalanta e contra o Paços Ferreira, na quinta-feira (26), pela Europa League. Contra uma “squadra” assim, é preciso aproveitar as oportunidades que tiver. E com apenas um atacante, visado pela retaguarda Viola, ficou complicado fazer gols.

FICHA TÉCNICA

ESTÁDIO: Atleti Azzurri d'Italia (Bérgamo)
ÁRBITRO: Andrea Damato
GOLS: Fernandez 41' e Rossi 69'


ATALANTA (3-5-1-1): Consigli; Stendardo, Yepes, Lucchini; Raimondi, Migliaccio (67' Brienza), Baselli, Carmona, Brivio (57' Bonaventura); Moralez (73' Livaja); Denis. Técnico: S. Colantuono.

FIORENTINA (4-3-1-2): Neto; Tomovic, Rodriguez, Savic, Pasqual; Aquilani, Ambrosini, Fernandez (70' Bakic); Borja Valero; Wolski (54' Joaquin), Rossi (79' Matos). Técnico: V. Montella.


CARTÕES AMARELOS: Carmona (ATA), Yepes (ATA), Lucchini (ATA) e Wolski (FIO).
O pequeno Moralez em meio aos marcadores. Foto: Magni

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