OPINIÃO: JÁ ERA HORA

Stefano Colantuono ao lado do diretor geral da Atalanta, Piepaolo Marino,e do presidente Antonio Percassi (Foto: Corriere.it)
A Atalanta anunciou na última quarta-feira (04/03) a demissão do técnico Stefano Colantuono. A ação da diretoria atalantina até demorou, mas foi preciso perder de virada em casa (a quarta derrota seguida) para Colantuono dar adeus. É verdade que a equipe sofre diversos desfalques por lesão de jogadores importantes, como Moralez, Zappacosta, Raimondi e Estigarribia. É verdade que a tabela foi ingrata, com Fiorentina, Inter, Juventus e Sampdoria em sequência. É verdade a Atalanta perdeu pontos bobos contra Genoa e Chievo e que teve desatenção diante de Palermo, Fiorentina, Juve e Samp. Mas já era hora da demissão.

Foto: Corriere.it
Colantuno estava à frente da Atalanta desde 2010 e era o técnico a mais tempo no cargo na Serie A. Todo atalantino precisa ser muito grato a ele. O treinador assumiu a Dea na Serie B, conseguiu o acesso, se manteve na primeira divisão começando a temporada 2011-12 com -6 pontos e montou a base da equipe que sonhou com Europa League e bateu o recorde histórico de vitórias consecutivas, na última temporada. Mas o problema está exatamente nesse ponto. Colantuono foi muito competente, mas é limitado. E essa limitação pode ser fundamental para um rebaixamento vexatório nessa temporada.

Foto: Corriere.it
Quando Stefano Colantuono montou a equipe que se salvou do rebaixamento na volta a Serie A, acabou fechando a mente para outras formas de jogar. Na ocasião, o time foi armado no esquema 4-4-1-1, com alas e laterais bem abertos e velozes, armando contra-ataques letais junto com um meio de campo habilidoso e um atacante cheio de confiança. Assim era a Atalanta de Peluso, Padoin, Schelotto, Bonaventura, Moralez e Denis. No entanto, o tempo passou, alguns dos principais jogadores dessa equipe deixaram Bérgamo, mas Colantuono continuou deslumbrado com o mesmo sistema tático. Porém, os atletas são diferentes e têm características completamente diferente, mas o comandante continuava insistindo no 4-4-1-1. A situação piorou ainda mais com a saída de Bonaventura, que fazia uma tabelinha de muita qualidade e movimentação no meio de campo que o argentino não consegue repetir com o tímido compatriota Papu Gomez.

Foto: Paolo Magni/Eco di Bergamo
O problema da montagem da equipe foi apenas um. Outro fator importante é o medo exagerado de levar gols. Após fazer um gol, Colantuono recua demais sua equipe, praticamente abdica de atacar, mas não tem qualidade técnica e tática para segurar os resultados e acaba sofrendo o empate ou a virada. Foi assim que a Atalanta praticamente desistiu de lutar pelo sonho da Europa quando o técnico se deu por satisfeito por não ser rebaixado.

Para completar o fiasco de 2014-2015, o ex-treinador atalantino sempre colocou a culpa pelas derrotas e empates em fatores como arbitragem ou falta de sorte. Chega um momento em que, se não há uma mudança de postura, pelo menos, o jogador cansa e entra em campo no modo automático. Colantuono é muito identificado com o clube e foi muito importante, mas já era hora de algo novo para evitar uma catástrofe.

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